Mistério cerca vida de menina abandonada em São Paulo
maio 19, 2008
Ninguém sabe quem são os pais da pequena Vitória, de dois anos. Crianças abandonadas em abrigo têm dificuldade para serem adotadas.
Um mistério cerca a vida de uma menina em São Paulo. No abrigo onde foi parar, ela está sendo chamada de Vitória. Mas qual será o seu verdadeiro nome? Quem é a sua mãe? E o seu pai? Que mistério existe por trás de Vitória?
Muitas perguntas cercam a vida dessa menina, que está vivendo num abrigo para crianças. Ninguém sabe de onde ela veio e a mobilização para encontrar a família dela é grande. Mas Vitória não é a única. Existem diversos meninos e meninas que estão procurando seu passado, em busca de um futuro.
Passado misterioso
Pouco se sabe sobre a menina. O sobrenome, a data de nascimento, nada. Pela dentição, os pediatras calculam que ela tenha por volta de dois anos.“Essa menina chegou no Conselho Tutelar trazida por uma pessoa que se diz amiga da mãe, contando que a mãe estava muito doente, precisava ser internada e pediu que ela tomasse conta da menina. Passaram-se uns dez dias, mais ou menos, e essa mãe não voltou para pegar a criança”, relata o juiz Iasin Issa Ahmed.
”Ela chegou muito bem cuidada, bem vestida, com maria-chiquinha, penteadinha, furinho na orelha. Não tem sinal de maus-tratos, mas também não tem sinais de vacina”, completa a pedagoga Isabel Cardoso, coordenadora do Lar Girassol.
Vitória está morando temporariamente na periferia de São Paulo, em um lar para crianças mantido com doações de pessoas e empresas. Hoje vivem no lugar outros 40 meninos e meninas. O abrigo está sempre recebendo crianças. Em quase todas as semanas chega uma nova criança. Mas nenhum caso é tão misterioso como este.
“Geralmente a criança tem mãe, que a deixou no hospital, ou então o Conselho Tutelar foi e retirou da residência por algum motivo. Agora, de achar assim sem documento nenhum e vir para cá, sem nenhuma pista, é muito difícil de acontecer”, confirma Isabel.
Proximidade
Isabel é hoje a pessoa mais próxima de Vitória. A convivência no último mês rendeu algumas conquistas, mas as dúvidas continuam. Isso porque a menina fala muito pouco, quase nada.Segundo a pedagoga, o caso desperta dúvidas. “São várias hipóteses. Pode ser que ela tenha sido seqüestrada e deixada na casa dessa pessoa, ou pode ser que ela tenha sido abandonada”, diz.
Adoção
O juiz deu prazo até o dia 14 de junho para que a família apareça. Do contrário, Vitória será encaminhada para adoção. Já existem muitos interessados. Apareceram até pessoas dizendo ser parentes. O juiz espera que elas tragam a suposta mãe de Vitória, que será submetida a um teste de DNA.“Se ficar comprovado que é o pai, que é a mãe, nós vamos investigar como foi que essa criança foi parar nas mãos de outra pessoa, se eles realmente têm condições, se eles têm aptidão para o exercício do poder familiar. Caso não tenham, ela não retornará ao lar”, confirma o juiz Ahmed.